Bela D' Amor
Pois essa luz cintilante
Que brilha no teu semblante
Donde lhe vem o ‘splendor?
Não sentes no peito a chama
Que aos meus suspiros se inflama
E toda reluz de amor?
Pois a celeste fragrância
Que te sentes exalar,
Pois, dize, a ingénua elegância
Com que te vês ondular
Como se baloiça a flor
Na Primavera em verdor,
Dize, dize: a natureza
Pode dar tal gentileza?
Quem ta deu senão amor?
Vê-te a esse espelho, querida,
Ai!, vê-te por tua vida,
E diz se há no céu estrela,
Diz-me se há no prado flor
Que Deus fizesse tão bela
Como te faz meu amor.
Almeida Garrett
Análise
Na maioria dos poemas românticos portugueses, há duas características que quase sempre estão presentes na maioria dos poemas: a exaltação a mulher e a exaltação da natureza, e neste poema de Almeida Garrett não é diferente. Garrett, assim como a maioria dos autores portugueses, Garrett expressa que a mulher é capaz de ser como as partes mais belas da natureza e que a mulher consegue transmitir o sentimento do amor melhor que os homens.
Feito por: Juan Duarte dos Santos Pereira Peixoto
Fonte
http://www.citador.pt/poemas/bela-damor-almeida-garrett
a figura feminina sempre serviu de inspiração, não é mesmo?
ResponderExcluirNo Romantismo a mulher é idealizada, fonte de inspiração dos artistas.
Eu amo esse poema de Garret, é tão delicado, de uma sensibilidade única.